É lá, em algum lugar do passado que eu me perdi, em um túnel do tempo que parou por ali, estacou, e acorrentada no passado fiquei, não mais me vi, presa do medo, do horror onde meu mundo parou.
Infante errante, dolorosamente inocente, sofri.
E assim, timidamente cresci, esquecida da vida, vida que também me esqueceu, me deixou por ali, no frio mar revoltoso, de salobras àguas que engoli.
Amargas águas do passado, passado em dores, onde eu permaneci, e onde esqueceram-se de mim.
No vai e vem das ondas todos se foram, e eu adormeci, perdida na insignificância que foi a minha vida esquecida.
Um grão de areia na imensidão do mar da intolerância, um invisível ser, ou não ser, que ninguém sequer via, e tanto fazia eu estar ou, não estar, nem percebiam, sequer adiantava eu tentar participar, não me ouviam.
Afinal, só mais um grão de areia invisível no chão.
É, eu já estive lá...